quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

TAMBÉM NO NEGÓCIO DAS BARRAGENS Tribunal Constitucional detecta "lacunas" na Conta Geral do Estado

NEGÓCIO DA BARRAGENS
SERVE PARA AJUDAR A COBRIR DÉFICE DAS CONTAS DO ESTADO EM 2008

Apesar de a entrada nos cofres do Estado de 570,4 milhões de euros de receitas provenientes da concessão de barragens a três empresas se ter concretizado a 5 de Janeiro de 2009, o Governo decidiu registá-los como receita de 2008, garantindo deste modo o cumprimento do objectivo do défice público.
Em Abril de 2008 já tinham entrado nas contas públicas 812,1 milhões de euros, referentes à concessão de mais barragens à EDP. No total, foram 1382,5 milhões de euros de receitas extraordinárias.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FRIDÃO - RELATÓRIO SÍNTESE DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIEMTAL


"Uma equipa da Electricidade de Portugal (EDP), liderada por Abílio Seca Teixeira, apresentou, recentemente, o anteprojecto da Barragem de Fridão, numa sessão que decorreu na Casa da Portela e para a qual Armindo Abreu, Presidente da Edilidade, convidou o Presidente da Assembleia Municipal, os líderes dos grupos parlamentares na Assembleia Municipal, bem como os presidentes das 12 juntas de freguesia de Amarante banhadas pelo Tâmega.
(...)"
do site da Câmara Municipal de Amarante

Das intenções da EDP, apadrinhadas pelo nosso Presidente da Câmara Municipal, podem os munícipes tomar conhecimento mais detalhado no Estudo de Impacte Ambiental disponível em:


http://aiacirca.apambiente.pt:8980/Public/irc/aia/aiapublico/library?l=/aia2159_aproveitamento/rnt-nov091pdf/_PT_1.0_&a=d

este link não foi retirado do site da Câmara Municipal.

“OS VERDES” querem conhecer a resposta dada pelo Governo à Comissão Europeia

A Deputada Heloísa Apolónia, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República um requerimento em que pede ao Governo, através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, a resposta por aquele enviada à Comissão Europeia relativa à notificação decorrente do estudo, encomendado por esse órgão europeu, sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).

Requerimento:

Ontem, em reunião da Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, com a presença da Sra. Ministra do Ambiente, os deputados foram informados que o Governo português enviou, no passado dia 15 de Dezembro, a resposta à Comissão Europeia, relativa à notificação decorrente do estudo, encomendado por esse órgão europeu, sobre o PNBEPH, o qual, de resto, arrasa de forma profundamente crítica esse Programa.

Nessa reunião da Comissão, o Grupo Parlamentar do PEV solicitou o envio da resposta de Portugal à Comissão Europeia. Algo insegura, a Sra. Ministra preferiu que requerêssemos, a mesma, através de requerimento parlamentar.

Assim, porque o conhecimento dessa resposta, a bem da transparência e, fundamentalmente, da criação de condições para que os deputados exerçam plenamente o seu trabalho parlamentar, com conhecimento das matérias, solicito a S. Exa. O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, o seguinte requerimento:

SOLICITO O ENVIO DA RESPOSTA QUE O GOVERNO PORTUGUÊS ENVIOU, NO PASSADO DIA 15 DE DEZEMBRO, PARA A COMISSÃO EUROPEIA, RELATIVA À NOTIFICAÇÃO SOBRE O PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS COM ELEVADO PORTENCIAL HIDROELÉCTRICO..

Lisboa, 22 de Dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

“OS VERDES” ENTREGARAM ONTEM NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA INICIATIVA LEGISLATIVA QUE VISA SUSPENDER O PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS

Os Deputados do Partido Ecologista “Os Verdes” entregaram ontem (17/12/2009) no Parlamento uma iniciativa legislativa que visa suspender de imediato o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).
Porque o que consta do PNBEPH é por de mais importante, porque o tempo de discussão e de consulta pública foi demasiado escasso, porque os estudos dos impactos gerais, e especialmente dos cumulativos, têm que ser aprofundados, porque a contestação a esta opção do Governo é cada vez maior, porque as críticas estão sobejamente comprovadas, porque um olhar independente sobre o PNBEPH dará sempre uma conclusão idêntica àquela que chegou da Comissão Europeia, ou seja, de que não se percebe como é que um Programa com estas características foi aprovado, e também porque a concretização do PNBEPH trará consequências irreversíveis que não poderão jamais ser repostas e impactos económicos, sociais, patrimoniais, ambientais e culturais elevadíssimos, “Os Verdes” requerem que o Governo suspenda de imediato o Programa Nacional de Barragens.





REQUER A SUSPENSÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS COM ELEVADO POTENCIAL HIDROELÉCTRICO
Nota justificativa

Face à inegável gravidade e irreversibilidade de muitos dos impactos económicos, sociais, ambientais e patrimoniais do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), que preconiza a construção de dez novas barragens, seis delas na bacia do Douro, “Os Verdes” apelaram ao Governo, no dia 8 de Fevereiro de 2008, para que suspendesse o processo de concretização deste Programa.
Este apelo, lançado no quadro de um debate de urgência em plenário da Assembleia da República, precedido da realização de uma audição parlamentar bastante participada, da iniciativa do Grupo Parlamentar do PEV, reflectia também a posição da grande maioria das associações de ambiente deste país, de muitos especialistas e diversas entidades, desde autarquias, passando por associações profissionais, até técnicos e responsáveis de organismos da administração central, os quais expressaram a sua posição no quadro de consulta pública ou de diversas iniciativas públicas.
O amplo consenso gerado à volta da necessidade de suspender este Programa, advém de vários factos inaceitáveis, dos quais destacamos o não cumprimento de muitos dos pressupostos e do objectivo da Avaliação Ambiental Estratégica, regulada pelo Decreto-Lei nº 232/2007, o desfasamento entre os objectivos e as propostas do Programa e a falta de razoabilidade entre factores custos / benefícios / impactos do Programa.
Com efeito, este Programa omite nuns casos, e noutros subavalia, muitos dos impactos negativos previsíveis de cada projecto hidroeléctrico em si e do Programa no seu todo. Não se compreende, por exemplo, que se omita a inclusão da barragem do Tua numa área classificada ao nível mundial, pela UNESCO, ou que não se proceda a uma avaliação de riscos sobre as populações e sobre Amarante decorrentes da “cascata do Tâmega” e do facto da cidade ficar a cerca de noventa metro abaixo da quota da barragem do Fridão, tal como prevista no Programa, enquanto, por outro lado, inflaciona alguns aspectos como a produção hidroeléctrica ou o emprego gerado, fazendo os cálculos da produção hidroeléctrica a partir de caudais com valores de referência de há cinquenta anos atrás, e referindo-se aos empregos a criar, sem mencionar os empregos extintos com a submersão de largas áreas territoriais e a consequente extinção das actividades económicas que aí têm lugar, nomeadamente do sector agrícola, e sem estabelecer o diferencial com os empregos extintos pela submersão de vastas áreas territoriais e consequente extinção das actividades económicas aí localizadas, nomeadamente na agricultura.
O PNBEPH não avalia os impactos cumulativos da totalidade de barragens propostas, nem os impactos da sua construção e funcionamento relacionados com as barragens já existentes, designadamente no caso da bacia hidrográfica do Douro onde se localizam seis dos dez projectos propostos e onde já existem catorze barragens. Há, até, certos parâmetros fundamentais que foram pura e simplesmente ignorados em termos dos seus impactos cumulativos que tendem a ser muito significativos, quer no que respeita a retenção de inertes, a degradação da qualidade da água, a perda de biodiversidade, ou ao aumento de riscos para as populações.
Mas mais, o PNBEPH sustenta-se numa ausência total de avaliação de caminhos alternativos que permitissem atingir os objectivos (resposta ao consumo energético, redução da dependência energética de Portugal do exterior, combate às alterações climáticas) enunciados pelo Governo com muito menores impactos. De resto, a eficiência energética foi totalmente secundarizada num Programa de deveria estar integrado em objectivos estratégicos de poupança energética, nem tão pouco foi avaliada a resposta das barragens já existentes ao seu reforço hidroeléctrico ou à sua resposta à reversibilidade da produção eólica. Certo é que há um desperdício energético enorme no país, designadamente ao nível do transporte da energia, mas também ao nível dos consumos. Certo é que este PNBEPH não representará mais do que 3% da electroprodução nacional e certo é, ainda, que não contribuirá em mais do que 1% para o combate às alterações climáticas, o que leva à necessidade de uma avaliação séria entre os factores custo / benefício /impactos, a qual não foi ponderada.
Este Programa de barragens utiliza ainda umas “manigâncias” incompreensíveis, quando faz previsões ao nível da produção hidroeléctrica calculadas com base em caudais de há cerca de 50 anos, distorcendo, portanto, a própria viabilidade económica das barragens e a aferição do seu custo /vantagem.
Para além de não ter em conta os efeitos das alterações climáticas que já se fazem sentir e a necessidade de adaptação do país a essas mudanças climatéricas, há uma total ausência de articulação deste Programa, e das suas propostas, com outros programas ou Planos, nomeadamente com o Programa Nacional de Combate as Alterações Climáticas, com a Estratégia Nacional para a Eficiência Energética, com o Programa de combate à Desertificação, ou com os Planos de Bacia/Região Hidrográfica.
Desde sempre foi sentida, por todos os interessados, uma absoluta necessidade de aprofundar os estudos e de prolongar a consulta pública, sobretudo quando está em causa uma proposta governamental que tanta controvérsia e apreensão levanta em amplos sectores da sociedade. E essa necessidade é tanto mais sentida quanto no quadro da consulta pública ocorrida só foram promovidos três debates público (em Lisboa, no Porto e em Coimbra), sendo que nenhum destes debates decorreu em locais que poderão vir a ser directamente afectados pelas Barragens, negando-se, assim, o direito às populações mais afectadas de participar, de manifestar a sua opinião e de pedir esclarecimentos necessários .
Mas o Governo, de então, confortavelmente apoiado na sua maioria absoluta, assim não entendeu, assumiu a sua opção de não querer um amplo debate em torno do PNBEPH e apressou-se a dar andamento ao Programa, fazendo “orelhas moucas”, inclusivamente depois dos contributos prestados no âmbito da consulta pública, a todas as críticas, preocupações, alertas e sugestões emitidas. Foram publicados apressadamente vários diplomas para concretizar o programa e, simultaneamente, assistia-se à clara violação de compromissos internacionais, entre os quais a não participação à UNESCO da intenção de construir uma Barragem na Foz do Tua, participação obrigatória pelo facto deste projecto (curiosamente o primeira a ser sujeito a concurso) estar localizado no Alto Douro Vinhateiro, zona classificada como Património da Humanidade por esta prestigiada entidade.Entretanto, a Comissão Europeia, na posse de um estudo independente relativo ao PNBEPH, o qual arrasa completamente os pressupostos e objectivos deste Programa, veio pedir explicações ao Governo português e salientar, designadamente, a forma como o PNBEPH se incompatibiliza com as metas assumidas para 2015, relativas à qualidade da água, compromissos, de resto, decorrentes da transposição da Directiva Quadro da Água.
E, se dúvidas ainda restassem quanto à omissão ou subavaliação dos efeitos do PNBEPH, a avaliação de impacto ambiental (AIA) de cada projecto seleccionado, mesmo que também fique aquém na aferição desses impactos, acabou por pôr a nu as grandes debilidades e a falta de rigor da avaliação estratégica, como bem prova a identificação de espécies (mexilhão de rio) protegidas pela Convenção de Berna e claramente afectadas pela barragem de Padrozelos, ou a AIA relativa à barragem do Tua. A verdade é que relativamente a esse projecto vieram à tona de água muitos dados omitidos na avaliação estratégica, nomeadamente quanto aos efeitos decorrentes da submersão da Linha do Tua, não só em relação à mobilidade das populações, mas também do ponto de vista patrimonial e identitário.
Porque a questão é por de mais importante, porque a contestação a esta opção do Governo é cada vez maior, porque as críticas estão sobejamente comprovadas, porque um olhar independente sobre o PNBHPE dará sempre uma conclusão idêntica àquela que chegou da Comissão Europeia, ou seja, de que não se percebe como é que um Programa com estas características foi aprovado, e também porque a concretização do PNBEPH trará consequências irreversíveis, que não poderão jamais ser repostas,nos termos constitucionais e regimentais aplicáveis, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, delibera recomendar ao Governo:
1. Que suspenda, de imediato, a concretização do PNBEPH.
2. Na sequência do número anterior, que não seja adjudicado nenhum dos empreendimentos previstos no PNBEPH, sem que se realize um estudo, com carácter independente, que avalie os objectivos traçados no Programa, sua articulação com os diferentes Planos já existentes e que relacione, de uma forma objectiva, custos /impactos /benefícios dos empreendimentos previstos. 3. Que a avaliação prevista no número anterior se debruce sobre aspectos não avaliados, designadamente sobre os impactos cumulativos dos diferentes projectos previstos no PNBEPH, entre si, e em acumulação com as barragens já existentes nas diferentes bacias hidrográficas.
4. Que essa avaliação determine rigorosamente os efeitos das barragens previstas sobre a qualidade da água, conjugando essa aferição com os compromissos assumidos por Portugal, bem como os efeitos do conjunto de projectos sobre o litoral, questão da maior relevância para a preparação do país no que concerne ao fenómeno das alterações climáticas.

Os Deputados

Heloísa Apolónia
José Luís Ferreira

domingo, 13 de dezembro de 2009

Em Amarante-Fridão nem nos vale o mexilhão


Cara Carla Tomás:
saiba que reflecti maduramente sobre a entrada em cena do "mexilhão, em jeito de Deus Ex Machina salvando o Beça", através do programa da passada semana "Nós Por Cá" da SIC, como sobre o vosso artigo na mesma senda, que li no primeiro caderno do semanário Expresso que ontem me chegou às mãos, e pelo qual vos felicito .
Contudo, o fosso ontológico que separa a colónia de Magaritifera margaritifera lá pelo Beça,(com a devida vénia aos ambientalistas cuja queixa corroboramos em Bruxelas) da também ameaçada colónia de Homo Sapiens que ainda resiste na zona ribeirinha de Amarante (a sarjeta de todos os venenos do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, e do admirável mundo novo, concebido por um impaciente Engenheiro Sócrates, um democrata refractário à participação da sociedade civil, para quem os referendos não valem o papel onde são prometidos), leva-me a concentrar no que na minha terra, na minha rua, no meu sítio, e no meu rio, e muito para além dos mexilhões, anda em leilão, sob os auspícios de um poder local fidelíssimo, calado que nem um bivalve, como os que também resistem neste troço do Tâmega, à espera de alguém que os cartografe ou traga para a ribalta..

E só não optei por introduzir mais essa areia na engrenagem de Fridão, porque temo que o mexilhão não dê pano para mangas, por falta de massa crítica para fazer tombar o PNBEPHE, no seu conjunto.

E conhecimento prático não me faltaria, já que mexilhões-de-rio, sempre os houve e haverá por aqui, porquanto cresci e moro com os pés no Tâmega, onde tomava banho e bebia com as mãos em concha , sou pescador desportivo, conheço " a" Tâmega como as minhas mãos, e bem assim, tudo quanto é rio truteiro a Norte e a Sul, até onde a vista e as trutas alcançam, inclusive o Beça, desde Ribeira de Pena até Boticas, o Ôlo, da nascente até à Foz, não podendo deixar de exultar quando o crime de lesa Pátria do transvase do Ôlo, e a venda a pataco, das Fisgas de Ermelo, que conheço a partir de baixo e de cima para baixo, não resistiu ao peso da estupidez. E com essa experiência toda nunca tive que retirar uma larva de mexilhão das guelras das trutas que sempre faço questão de amanhar (mas concedo e vergo-me à autoridade de quem a detém).

Por despiciendo, deixo de lado o interesse económico dos camarões-de-rio, versus a minha carcaça, limitando-me a que, quando os experimentava crus sabiam a coisa alguma, em contraste dos que saboreava no restaurante do meu avô, o "Zé da Calçada" no terraço sobre o rio.

No entender do Engenheiro Sócrates que manda em nós todos, temos então que a própria declaração ambiental que falta ainda sujeitar a discussão pública, não passará de um mero pro forma, nesta altura do campeonato, em que não teve escrúpulos em proferir aquela bojarda de que "basta de palavras, agora há que construir", um verdadeiro manguito ao principio da boa-fé, e um atestado de menoridade, aos ingénuos que ainda embarquem na esparrela obscena e desavergonhada de uma discussão pública sobre um projecto que, ao fim e ao cabo, está já decidido.

E assim se avizinha a passos largos e com o caminho desbravado pelos acólitos do costume, o pesadelo de duas barragens colossais com que teremos que passar a coabitar, qualquer coisa como 200 Hectómetros cúbicos de água, 100 metros acima da minha mesinha de cabeceira, entregue à minha boa estrela (empreendimento principal de Fridão com um paredão de 100 metros, mais um pseudo contra-embalse de 30 metros de altura, logo dois quilómetros a montante do perímetro urbano, no fundo uma outra grande barragem que a EDP tirou da cartola, como as matrioskas , já depois de adjudicada a concessão) .

Neste cenário arrepiante, e sem melindre do bivalve, um valor irrepetível como qualquer outro, no plano da biodiversidade, creio, ainda assim, que o meu percurso acaba por entroncar no mesmo desiderato, fazendo, embora, fulcro, no topo da cadeia alimentar.

Transporte para o caso de Fridão, os 90 minutos, que segundo os técnicos, constitui o intervalo de segurança mínimo para accionar qualquer plano de emergência interno, minimamente credível, e veja que garantias de sobrevivência se preservam aos autóctones em caso de um remoto acidente e com a enxurrada por aí abaixo em menos de um fósforo.

E este cenário não é ficção.

Anote que no programa "Terra a Terra Especial" encomendado e pago pela EDP, gravado na barragem de Lever e emitido no Sábado seguinte, há duas semanas atrás, na TSF e trabalhando com rede, sem a participação dos ouvintes, mesmo assim, o responsável regional da Protecção Civil e os tecnocratas da energia e os supostos paladinos das águas, acabaram em pólos opostos no que toca às implicações de segurança de uma barragem incomparável a Fridão, tendo o pivot do programa achado por bem dar o programa por findo antes que lhe escapasse ao controlo.

Ainda por cima, a responsabilidade legal da elaboração do Plano de Emergência Interno, recai...(!!?) sob a alçada da empresa construtora, obviamente muito mais focalizada na derivada do cimento e ferro, em ordem ao lucros, (um claro conflito de interesses) .

Premonitoriamente ou não, mas sempre um sério aviso à navegação, ninguém diria que na semana passada o tecto do altar de S.Gonçalo, todo azul e juncado de estrelas, desabou sobre a cabeça do Santo, degolando-o e decepando-lhe uma das mãos. Mas a verdade é que lá caiu e de pouco lhe valeu a Providência divina, ou o facto de a imagem haver sido ofertada pela família que controla uma grande empresa que aqui nasceu e hoje ocupa um lugar destacado a nível do concurso para obras públicas, a nível mundial.

Enquanto isso, o autarca de Amarante, por sua vez, fez um arco nas implicações de segurança e avançou esta semana por arregimentar uma claque restrita para um sínodo para o qual não foi convidada a Comunicação Social, nem a população, ou sequer os representantes dos grupos cívicos constituídos sob a égide de Fridão, a pretexto de a EDP debitar o que quis, sendo, o mínimo que haverá que aguardar, que as sumidades que ali os confrontaram, e tão pouco ou nada têm feito na Assembleia-Municipal, se apressem a transmitir as dúvidas ou certezas com que dali saíram sob pena de haverem feito ofício de corpo presente ou se haverem prestado conscientemente a um frete dentro do cronograma da EDP e a quem se prepara para lhe servir Amarante numa bandeja.

A finalizar, e como mais um dos mexilhões que aqui por Amarante o Governo se propõe lixar, ou, se preferir, das gerações futuras, que jamais saberão quem era um tal Orlando Borges que ao jeito do His Master's Voice , (ou do boneco dos ventríloquos) e num clamoroso erro de casting se concede a desfaçatez de debitar para a comunicação social, que :
«Este país não pode viver sem barragens e ninguém nos pode impedir de as construir», uma aleivosia mais própria de um qualquer investidor de uma empresa de construção ou de produção de energia que de um figurante do Instituo da Água (INAG) Orlando Borges (citando Marco Gomes, no blogue do Grupo Cívico "Por Amarante Sem Barragens" disponível em http://poramarantesembarragens.blogspot.com/ ).
E leve de bandeja este meu pequeno contributo que abaixo lhe faculto, e que consubstancia que esta gente ainda não assimilou o tratado de Lisboa que assinou por nós todos , europeus , já que assim quiseram .
Cumprimentos e o meu inteiro aval para usar este depoimento como muito bem entender, nomeadamente elimina-lo na sua caixa de correio.
Artur Freitas

Quem se lixa... é o mexilhão? Governo pode ter de devolver à Iberdrola 76 milhões de euros

O Estudo de Impacto Ambiental da Barragem de Padroselos, no Rio Beça, descobriu um animal raro, protegido pela legislação nacional e comunitária. A simples existência desta espécie no local onde está prevista a barragem, pode inviabilizar a construção.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A vós autarcas, homens de pouca fé, porque temeis ou quem temeis?!

Desvendado mais um segredo de Fátima....Este relatório já há muito nas mãos do Governo, mas com a desculpa de que não foi pedido por si, este não fazia tenções de o divulgar mas apenas de o contestar(confirmar em artigo abaixo).






Estamos ou não estamos na Europa?!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Uma sessão estranha acerca da Barragem de Fridão

Realizou-se no dia 3 de Dezembro do ano corrente, uma Sessão de Esclarecimento no edifício do GAT promovida pela Câmara Municipal de Amarante, tendo como temática a construção da Barragem de Fridão, o seu Impacte Ambiental, Qualidade da Água e Consequências Climatéricas.
Na sessão estiveram presentes técnicos da EDP que em minha opinião, não mais fizeram que tentar “ vender” a ideia das virtudes da “Cascata do Tâmega” que ainda não teve qualquer estudo de impacto ambiental global.
Verdade se diga: um dos técnicos presentes naquele encontro disse em português bem claro que o projecto da Barragem de Fridão ainda está em pré-estudo! Mas da forma como explanou a matéria em causa foi fácil entender a intenção única da sua construção como se fosse já uma realidade.
Perante estas contradições que a meu ver não são ingénuas, vale tudo desde que seja a favor daquela obra nefasta, com toda a certeza, para o futuro da Região e dos que a visitam, por adorarem a beleza natural, histórica e paisagística onde Amarante assume com toda a propriedade a centralidade de todo o processo.
Importante será avisar toda a gente como diz o poeta, devido à importância de que se reveste o problema, dizer Não a este atentado que visa unicamente interesses económicos em prejuízo evidente de valores indiscutivelmente mais importantes, vitais para a qualidade de vida colectiva.
Posto isto, resta-me lamentar ter participado numa Reunião pouco ou nada divulgada, a comunicação social local silenciada em relação à pertinência da matéria em discussão, concluí que algo foi escondido à população amarantina, especialmente aos mais atentos e esclarecidos que de alguma forma e substância podiam ter dado enorme contributo ao esclarecimento da situação.
Mas como o segredo é a alma do negócio a Câmara local optou pela discrição, organizando uma reunião desta envergadura às 15 horas em dia de trabalho, aliás um pouco semelhante ao que o Governo do Eng. Sócrates fez em relação ao relatório da Comissão Europeia sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, o qual foi guardado em segredo desde Julho.

Por que terá sido assim?

É fundamental nesta fase, no meu entender que os amarantinos lutem por esta causa em quanto é tempo. Lutando ganha-se ou perde-se, não lutando perde-se sempre.

António Duarte

terça-feira, 1 de dezembro de 2009





BRUXELAS
ESMIÚÇA BARRAGENS


Por falar em pedagogia, há lições a retirar do embaraçoso relatório de 400 páginas que a Comissão Europeia (CE) enviou ao Governo português sobre o seu programa Nacional de Barragens. Eis algumas dessas lições. 1ª) Ser teimoso não comprova ter razão. O Plano de Barragens do Governo pode ter propostas muito interessantes, mas o que ele não pode ser é um documento blindado ao confronto com outros argumentos. 2ª) Ter intenções não garante resultados – as contas que cada vez mais entidades e especialistas fazem aos ganhos e perdas do Programa de Barragens na sua globalidade divergem das constas optimistas que o Governo fez. Não é vergonha, em democracia, levar em linha de conta outras opiniões e rever algumas decisões. 3) A pedagogia da participação pública é uma construção difícil e lenta mas necessária. Ora não se activa nenhuma participação cívica eficaz desmobilizando processos de consulta, desencorajando informação e notícia, empatando dados, ignorando em absoluto o esforço participativo da sociedade civil, tratando até com alguma soberba as ONG. Afinal o parecer delas, tal como o das CNADS, tinha merecido ser ponderado a tempo e horas, poupando talvez ao Governo o embaraço de receber da CE um relatório em vários aspectos bem mais severo. Veja-se a atenção que Bruxelas deu às questões centrais dos caudais mínimos não assegurados, da redução da qualidade da água, da afectação dos peixes, do desconsiderado impacto das alterações climáticas e ao modo como estes factos podem pôr em causa a própria rentabilidade de muitas destas obras.
Como nalguns casos já foram criados compromissos, ainda vamos ser todos nós a pagar algumas indemnizações por má gestão oficial do assunto. Era bom que o Governo reagisse com abertura e se debatesse seriamente os prós e os contras de todos e de cada um destes investimentos e os motivos. Tanto mais que as dúvidas estão instaladas.

A propósito da propaganda da EDP no Expreso

Novas barragens abastecem
Portugal de energia verde

Propaganda da EDP no Expresso
http://aeiou.expresso.pt/novas-barragens-abastecem-portugal-de-energia-verde=f547106#commentbox

O confusionismo continua!
A barragem do Baixo Sabor terá uma potência instalada de 171 MW, mas a sua potência MÉDIA anual, tendo em conta que só há água quando chove, será de apenas 40 MW!
Na verdade, a soma da potência MÉDIA das 8 novas barragens não passa de 150 MW, mesnos que os 171 indicados para o Baixo Sabor.
E, após investidos os 5 biliões de € que vão custar todas estas barragens (2/3 do custo do TGV), a potência MÉDIA que tudo junto adicionará será apenas de 220 MW, menos que um só dos 4 geradores da central a carvão de Sines!
Na verdade, estas barragens destinam-se a produzir energia "verde" mas não de origem hídrica; o seu objectivo é o armazenamento da energia EÓLICA excedentária produzida à noite!
Pode ver-se uma análise detalhada disto aqui:

http://a-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.com/2009/09/clusters-industrais-nas-renovaveis-23_30.html

ESTE TEXTO FOI RETIRADO DE UM COMENTÁRIO DO EXPRESSO ONLINE SOBRE O ARTIGO

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Comissão Europeia - Programa Nacional de Barragens

Resposta do Comissário Europeu do Ambiente
à pergunta de Diogo Feio (PPE)

E-4376/09PT

Resposta dada por Stavros Dimas

em nome da Comissão

(18.11.2009)


A Comissão confirma ao Senhor Deputado que lhe foi apresentada uma queixa segundo a qual o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hídrico (PNBEPH) respeitante a Portugal, que prevê a construção de 10 novas barragens em diversas bacias hidrográficas, viola o disposto na Directiva 2001/42/CE[1], de 27 de Junho de 2001, relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, e na Directiva 2000/60/CE[2], de 23 de Outubro de 2000, que estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água.
Tendo em conta a complexidade do processo, a Comissão encomendou um estudo externo. As conclusões deste foram recentemente disponibilizadas.
A Comissão está prestes a concluir a avaliação do estudo que lhe permitirá, no mais breve prazo, tomar uma decisão sobre o processo e sobre eventuais medidas ulteriores.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

BE pede suspensão do PNBEPH

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda entregou na passada sexta-feira, na Assembleia da República, um Projecto de Resolução, recomendando a suspensão e revisão do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, projecto esse que se publica abaixo.
Sobre este assunto, o BE enviou recentemente duas perguntas ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e ao Ministério da Economia da Inovação e do Desenvolvimento.


PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º …….. /XI

RECOMENDA AO GOVERNO A SUSPENSÃO E REVISÃO DO PLANO NACIONAL
DE BARRAGENS DE ELEVADO POTENCIAL HIDROELÉCTRICO (PNBEPH)

Em 2007, o Governo português estabeleceu como objectivo estratégico para a energia
hídrica a obtenção de 7.000 MW de potência instalada em 2020.
Este objectivo foi justificado com os propósitos gerais de aumentar a energia primária
consumida com origem em fontes renováveis (45% até 2010), de forma a reduzir a dependência energética do exterior e dos combustíveis fósseis, bem como de mitigar as emissões de gases de efeito de estufa (GEE).
Para alcançar parte importante desse objectivo foram seleccionadas 10 novas grandes barragens a serem construídas (1.150 MW), dentre 25 alternativas possíveis analisadas no Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico, doravante designado por PNBEPH, sujeito a uma Avaliação Ambiental Estratégica.
O PNBEPH tem sido alvo de forte contestação pública, nomeadamente por parte de várias organizações ecologistas e movimentos cívicos, devido aos impactes negativos graves que a construção de grandes barragens acarreta, tanto em termos ambientais, entre os quais se destacam a afectação da biodiversidade e ecossistemas aquáticos e a degradação da qualidade da água, como em termos socioeconómicos, sendo de referir a perda de terrenos agrícolas, o desaparecimento de património, entre outros. Estes impactes
tornam-­se ainda mais graves quando os benefícios energéticos do PNBEPH são residuais e poderiam ser alcançados com outras medidas de fácil aplicação e mais custo-eficientes.
Também a opção por alguns dos empreendimentos tem sido polémica, em particular a
barragem do Foz Tua, Fridão e Almourol, devido às importantes consequências que infligem nas populações afectadas e ecossistemas.
Um relatório encomendado pela Comissão Europeia e enviado às autoridades portuguesas
em Julho de 2009, confirma estas críticas ao fazer uma avaliação muito negativa do PNBEPH. As suas conclusões são claras quando afirmam que o mesmo tem “lacunas graves” e não faz a “comparação adequada” entre os benefícios da construção das barragens e os seus custos ambientais, sobrevalorizando os primeiros.
Uma das consequências mais graves apontadas pelo relatório é o risco de incumprimento
da Directiva Quadro da Água (DQA) no que diz respeito à garantia da qualidade dos recursos hídricos, um compromisso assumido por Portugal e que deve ser atingido, o mais tardar, até 2015.
Igualmente, são referidos vários impactes negativos importantes em ecossistemas
sensíveis, inclusive com a afectação de espécies ameaçadas e habitats prioritários
pertencentes à Rede Natura 2000, sendo a avaliação dos impactes do PNBEPH sobre o
meio aquático considerada de “muito pobre”.
São também referidas como debilidades sérias a ausência do estudo dos impactes
cumulativos ao nível de cada bacia hidrográfica ou o efeito das alterações climáticas sobre a disponibilidade hídrica, o que afectará a qualidade das águas e a capacidade de produção eléctrica dos empreendimentos.
Considerando que seis das novas barragens se vão situar na bacia hidrográfica do Douro,
cinco das quais na sub-­bacia do Tâmega, onde a presença de barragens já é significativa e a poluição das massas de água é considerada muito grave, torna-­se fundamental estudar se os efeitos cumulativos originados pela construção de novas barragens poderão potenciar de forma alarmante os impactes negativos nos ecossistemas e biodiversidade, qualidade da água e dos riscos induzidos, como é o caso da erosão costeira.
O fenómeno das alterações climáticas também não é de desvalorizar, como indica o relatório, já que as previsões estimam uma redução da disponibilidade dos recursos hídricos de tal ordem que implicariam uma redução da produção eléctrica até 55% para garantir a manutenção de caudais mínimos e a boa qualidade das águas. Esta é uma das razões pelas quais o relatório considera que o contributo energético do PNBEPH está claramente sobreavaliado, o que poderá colocar mesmo em causa a viabilidade económica de algumas das novas barragens previstas.
O PNBEPH incorre em erros graves desde a sua origem, claramente identificados no relatório europeu. A avaliação ambiental estratégica que lhe deu origem não executa uma avaliação custo-­‐benefício completa, não realiza uma avaliação abrangente dos impactes sobre os ecossistemas e recursos, nem faz uma comparação socioeconómica de estratégias energéticas alternativas.
Estas são exigências presentes na própria DQA, quando nos seus pontos 4.5 e 4.7
estabelece que novas infra-­estruturas, como sejam os empreendimentos hidroeléctricos,
só poderão ser construídas após a avaliação de alternativas e se os seus benefícios foram superiores aos objectivos ambientais a atingir nas massas de água. Ou seja, o modo como o PNBEPH foi elaborado constitui uma violação da própria DQA, o que é inaceitável.
Relativamente ao contributo do PNBEPH para se atingirem as metas energéticas e de redução das emissões de GEE, note-­se que a sua concretização irá representar apenas 3% do consumo de energia e 1% da redução das emissões. Quando Portugal desperdiça cerca de 60% da energia que consome, parte importante da qual poderia ser facilmente poupada com taxas de retorno muito elevadas no curto prazo, e continua a apresentar taxas de crescimento do consumo energético muito elevadas, torna-­se claro que esse contributo será ainda mais residual esse contributo (no período de 2000 a 2005, a taxa de crescimento anual para o consumo de energia primária situou-­se nos 6,8% e para o consumo final de energia nos 12%).
Os custos ambientais da construção destas grandes barragens tornam fundamental o estudo de alternativas energéticas capazes de atingir os mesmos objectivos com menores impactes, o que é perfeitamente plausível no campo da poupança energética, onde o potencial é enorme, e pela prioridade ao investimento nas fontes renováveis com maior sustentabilidade ambiental e social.
O Bloco de Esquerda defende que o PNBEPH deve ser imediatamente suspenso e
reavaliado, dado existirem erros graves na sua concepção que implicam, tanto uma
incorrecta avaliação dos impactes negativos sobre os recursos hídricos e a biodiversidade,
como a ausência do estudo de alternativas energéticas para concretizar os objectivos
propostos de redução da dependência aos combustíveis fósseis e das emissões de GEE.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda propõe à Assembleia da República que recomende ao
Governo que:

1 – Suspenda o PNBEPH e proceda à sua reavaliação por uma entidade independente,
constituída por técnicos reconhecidos na área da energia, ambiente e território e
representantes de organizações da sociedade civil ligadas a estas áreas;
2 – No processo de reavaliação realize-­‐se, obrigatoriamente, a comparação dos
impactes e custos-­‐benefícios ambientais, sociais e económicos da opção de construir
barragens e de soluções energéticas alternativas, incluindo o estudo combinado
entre opções, tendo em conta as metas de incorporação de renováveis, diminuição
de dependência aos combustíveis fósseis e redução das emissões de GEE;
3 – No estudo sobre a opção da construção das barragens seja realizada,
obrigatoriamente, a análise dos impactes cumulativos ao nível de cada bacia
hidrográfica, das previsões das alterações climáticas sobre os recursos hídricos, dos
efeitos na qualidade das massas de água e cumprimento da DQA, das consequências
sobre os ecossistemas aquáticos e a biodiversidade, sobretudo em zonas da Rede
Natura 2000;
4 – Suspenda todas as decisões relativas ao lançamento de procedimentos concursais
de concessão das barragens previstas no PNBEPH, bem como os relativos aos
procedimentos em instrução ou concluídos, até estar concluída a reavaliação e a
Avaliação de Impacte Ambiental de cada um dos empreendimentos hidroeléctricos
que sejam seleccionados por esta reavaliação, elementos decisivos para a tomada
de decisão sobre a construção ou não de cada uma das barragens.

Palácio de São Bento, 19 de Novembro de 2009.
Os Deputados e as Deputadas do Bloco de Esquerda,

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A lei, definitivamente, não é igual para todos


«Este país não pode viver sem barragens e ninguém nos pode impedir de as construir», dixit Orlando Borges.
Interessante esta frase. Escrita sem o imediato acompanhamento do nome parece ter sido dita por um qualquer investidor de uma empresa de construção ou de produção de energia. Mas não, foi dita pelo nosso presidente do Instituo da Água (INAG) Orlando Borges. Ao analisarmos o que defende este instituto público que se intitula como a majestosa «Autoridade Nacional da Água», reparamos num importante excerto: «O INAG, I. P., como Autoridade Nacional da Água, tem por missão propor, acompanhar e assegurar a execução da política nacional no domínio dos recursos hídricos de forma a assegurar a sua gestão sustentável, bem como garantir a efectiva aplicação da Lei da Água».
Consequentemente, o seu presidente, Orlando Borges, deveria ter uma missão pública com a mesma natureza que o instituto público que preside, ou seja, defender a gestão sustentável da água e garantir a efectiva aplicação da Lei da Água. Como a Directiva comunitária Quadro da Água já foi transposta para a ordem jurídica nacional, a nossa Lei da Água rege-se pelos mesmos parâmetros que a Directiva Quadro da Água europeia.
Posto isto, realço uma conclusão de um estudo internacional, encomendado pela Comissão Europeia, que afirma se em Portugal todas as barragens previstas no PNBEPH forem construídas, Portugal não conseguirá cumprir os parâmetros de qualidade das massas de água previstas na Directiva Quadro da Água/Lei da Água para 2015.
Sendo assim, porque razão o presidente do instituto público que deveria garantir a aplicação da Lei da Água/Directiva Quadro da Água declara publicamente um incentivo a uma acção que desrespeita uma lei, uma lei que ele deveria garantir a sua aplicação?
Quando gestores públicos no cargo das sua funções (públicas) vêm defender interesses privados e corporativos contra aquilo que as suas funções (públicas) determinam claramente o que deveriam defender, sinto-me horrivelmente ridículo. Não entendo, não compreendo e penso que nunca aceitarei que numa sociedade como a nossa, num Estado como o nosso, com uma Justiça como a nossa, se permite a existência, quase eterna, no domínio da coisa pública de gestores e decisores públicos como Orlando Borges e afins.
Este país não pode viver sem dignidade e ninguém nos pode impedir de a construir. E assim concluo, tal como comecei, parafraseando Orlando Borges.


Publicada, por Marco Gomes

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Para Memória Futura

Sr Presidente da República

Excelência:

como os mais recentes desenvolvimentos em torno do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial HidroEléctrico, vieram trazer à luz do dia, os exactos argumentos que tivemos ensejo de explanar na audiência que V.ª Ex.ª se dignou conceder-nos em 24 de Julho de 2009, nomeadamente, a perversão da Directiva-Quadro da Água, que já nos havia levado a subscrever formalmente, junto da Comissão Europeia, a queixa das Associações Ambientalistas que esteve na base do recente relatório encomendado a uma comissão independente (e de que o Governo se mostra renitente em abrir mão) , seja-nos permitido começar por reproduzir a forma como condensamos em http://poramarantesembarragens.blogspot.com/ , o resultado da diligência.

Já posteriormente endereçamos ao Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal de Amarante, uma carta aberta (ainda não tornada pública) questionando as implicações de segurança da(s) barragem (s)de Fridão, que teve , sem qualquer surpresa nossa , a mesma resposta do parecer jurídico que a própria Câmara deliberou encomendar ao seu gabinete jurídico (calendas gregas). Num contacto informal o autarca de Amarante limitou-se a responder que iria (ainda?!) remeter a questão ao INAG.
Neste contexto , vimos assim reiterar a justeza e legitimidade das nossas razões, exclusivamente determinados pelos mais genuínos interesses das populações do Vale do Tâmega, tão desguarnecidas perante negócios colossais e um poder autárquico titubeante e demasiado complacente, assistindo impávido ou comprometido, ao implacável esbulho de valores que se não compadecem de lógicas mercantilistas nem argumentos falaciosos, quando um património de gerações - quando não a sua própria segurança - anda em leilão.
Certos de que V Ex.ª não deixará que este assalto prossiga de ânimo leve, confiamos no vosso magistério como respaldo das inquietações e derradeira esperança das populações do Tâmega tão abandonadas pelos eleitos locais que nesta luta tão desigual, partiram antecipadamente vencidos ou capitularam , por razões que só eles próprios conhecerão.
Assim, e em representação dos grupos cívicos que se batem contra a barragem de Fridão - em particular - e contra "este " desenfreado PNBEPHE , vimos solicitar do mais alto magistrado da Nação, que se digne levar em linha de conta, e ao mais alto nível, o nosso sentir, inconformação e revolta, traduzidos nestas posições que, em final reproduzimos com o aval dos subscritores.

Em representação dos Grupos de cidadãos, "Por Amarante Sem Barragens" e " Movimento Cidadania Para o Desenvolvimento do Tâmega".

Com os nossos mais respeitosos cumprimentos

Artur Teófilo da Fonseca Freitas

20 de Novembro de 2009



CARTA ABERTA
AO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE AMARANTE

Exº Sr. Presidente da Câmara Municipal de Amarante:
Porque V. Ex.ª mais parece apostado em manter no limbo, como questão arrumada, a problemática das implicações de segurança da projectada barragem de Fridão, apoiado numa apreensão subjectiva e empírica, dos depoimentos dos técnicos de Águas e Estruturas de betão, que participaram na sessão que decorreu no Salão Nobre do município, em de 20 de Março de 2009, e onde foi notada a falta de um perito de Protecção Civil, recomendamos-vos o estudo disponível na Internet, sobre Segurança e Risco nos Vales a Jusante de Barragens, da autoria do Prof. Catedrático do IST, UTL – A. Betâmio de ALMEIDA, Consultor Director do Projecto NATO PO-FLOODRISK, por forma a refreardes o vosso optimismo e a minimização do risco, que excede o daqueles técnicos mais ou menos vinculados ao Programa de Barragens que lhes compete defender, enquanto ao Presidente da Câmara de Amarante pertencerá enfileirar do lado das preocupações legítimas dos seus munícipes, perante a ameaça de duas grandes barragens de tamanhas proporções, a uma distância que torna irrisório o mais elaborado plano de emergência.
Concedendo a este professor catedrático, que pontifica na área das ameaças a jusante, o crédito devido àqueles insignes colegas noutras vertentes da problemática das barragens, estamos convictos de que V Ex.ª terá que admitir que alguém está a obstruir, no "drama" da Avaliação de Risco Partilhado, a entrada em cena de um dos actores obrigatórios, e logo na fase de projecto: a população a colocar em risco.
Daí a inevitabilidade de o vosso discurso optimista estar a caucionar - ainda que de forma não deliberada - um dos lugares comuns que ali se reputam de nefastos e envolvendo responsabilidades morais e materiais arrasadoras para os que conscientemente amparem a ocultação dos riscos que as populações devem, por direito, conhecer, ponderar, aceitar ou repudiar, como directamente afectados.
É perante essa virtualidade que nos sentimos legitimados a contrapor alguns conceitos erigidos naquele estudo, perfeitamente rebatíveis para o caso concreto do empreendimento de Fridão e do risco efectivo que acarreta para a população de Amarante, o que nem os técnicos que reunistes, se atrevem a iludir:

- As barragens e as albufeiras têm um papel positivo no âmbito da gestão dos recursos hídricos mas são igualmente um factor de risco acrescido nos vales onde estejam construídas.

- Nível de risco partilhado – inclui a partilha de responsabilidades entre os actores envolvidos (público, autoridades e dono da obra), bem como a informação e participação do público.

- Fase de projecto do empreendimento: na apresentação às populações do mesmo, incluindo a quantificação do risco acrescido face aos benefícios, tendo por objectivo conseguir um risco aceite e partilhado.

- O risco pode vir a ser considerado insustentável por uma população simplesmente porque uma decisão foi tomada sem uma consulta adequada às autoridades locais ou porque as pretensões da população foram pura e simplesmente ignoradas durante o processo de decisão.

- Com efeito, uma probabilidade de rotura de 10-6 ou 10-8 pode corresponder, para um engenheiro, a um grau de segurança perfeitamente aceitável para uma barragem. No entanto, o mapa de inundação da cheia associada à referida probabilidade pode constituir uma aterrorizadora visão para os habitantes vivendo numa localidade a jusante da barragem.

- A não disponibilização ou o carácter reservado da informação conduz aos seguintes efeitos:

Uma total e acrescida responsabilidade sobre o dono da obra e as autoridades, caso ocorra um acidente. A gestão do risco no vale durante a exploração da barragem será muito menos efectiva (inexistência de uma política de restrição à ocupação de zonas perigosas e resposta inadequada a situações de emergência ou de crise).

Assim e perante a forma como estes aspectos têm passado ao largo do discurso oficial, e a vertigem com que o projecto prossegue, fazendo das questões da segurança dos vossos concidadãos, um tabu, quando não uma afronta à vossa boa fé, vimos sugerir-vos, que ponhais termo ao discurso tendente a "...minimizar a ameaça, em particular através de optimismo irrealista, controlo pessoal ou enfoque nos benefícios e negação de perigo ou seja através de ilusões positivas" – [citando o autor].
E que no âmbito das vossas competências/obrigações, não regateeis esforços no sentido de obter toda a informação que aos amarantinos é devida, com vista a assimilarem uma inequívoca quantificação do risco acrescido face aos benefícios.Certos de que V. Ex.ª não enjeitará as vossas obrigações para com a comunidade, nem se acomodará a carregar uma omissão de repercussões futuras imprevisíveis, e dentro do velho princípio de que quem não deve não teme, só poderemos aguardar que vos ireis empenhar em obter e fazer chegar aos amarantinos, os seguintes estudos respeitantes às reais implicações de segurança da barragem de Fridão:

1. Caracterização e identificação das zonas em perigo, nº de vidas em risco.

2. Nível máximo de água atingido, área submersa máxima, taxa de subida do nível de água e as velocidades extremas do escoamento.

3. Tempo de chegada da onda de inundação, tendo presente que neste estudo se aponta para que 90 minutos são o intervalo de tempo mínimo para ser possível uma protecção eficaz.

Artur Teófilo da Fonseca Freitas
Hugo Manuel Mota Cardoso da Silva
António da Silva Gonçalves
Nuno Manuel da Rocha e Freitas
António Adelino de Jesus
António Duarte
Alvaro Manuel da Cunha Cardoso

Amarante, 9 de Agosto de 2009

(com entrada na Secretaria da Câmara a 24 de Agosto de 2009)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ser ou não ser sustentável

O relatório encomendado pela Comissão Europeia a um painel internacional de peritos e que foi recentemente divulgado, a contragosto do governo português, obriga à suspensão do Plano Nacional de Barragens e recentra o debate em torno da questão fulcral: como se resolvem as exigências do desenvolvimento e da energia de uma forma sustentável?


O Plano Nacional de Barragens foi apresentado pelo governo de José Sócrates como a solução milagrosa para resolver o problema da dependência da produção de energia a partir de combustíveis fósseis, equilibrar a balança de pagamentos diminuindo as importações de combustíveis e aumentar a percentagem de produção eléctrica limpa.

Na aparência podia parecer um bom plano, só era preciso que todas as premissas fossem verdadeiras, o que não acontece.

É certo que as energias primárias importadas correspondiam em 2005 a 3,7% do PIB nacional, mas no mesmo ano, o consumo final dos combustíveis fósseis importados destinava-se na sua parcela mais significativa ao sector de transportes que absorve mais de um terço dos combustíveis importados. Diminuir este peso relativo nas importações obriga portanto a uma alteração urgente na política de transportes a par de uma política diversa para a electricidade.
O segundo logro consiste na ideia amplamente veiculada de que a produção hídrica de electricidade é limpa, isto é, que não produz gases que contribuam para o efeito de estufa e que os seus impactos para o ambiente são irrelevantes.

É preciso desconstruir esta ideia de uma forma desassombrada. Em primeiro lugar porque as bolsas de água contida nas albufeiras correspondem a uma acumulação dinâmica resultante de um movimento de "cauda longa" no ciclo da água. A água que chega às albufeiras transporta no seu movimento, muitos resíduos orgânicos que ficam depositados e em decomposição no fundo das lagoas. Este processo de decomposição produz gases diversos e todos eles contribuem para o efeito de estufa. Em segundo lugar, a contenção de grandes embalses de água, sem movimento e portanto sem oxigenação, significa que a sua própria qualidade se degrada, as espécies piscícolas migratórias desaparecem e todo o ecossistema é afectado.

O relatório agora divulgado alerta para o incumprimento da Directiva Água no que diz respeito à qualidade das águas fluviais e apresenta o que são consequências devastadoras, nomeadamente para a bacia hidrográfica do Douro para a qual está prevista a construção de 6 dos 10 projectos do Plano Nacional de Barragens.

Num quadro de eminência de mudanças do clima no nosso país, a região norte e a área abrangida pela bacia hidrográfica do Douro tem que ser equacionada do ponto de vista do seu papel estratégico. Esta é uma das regiões de maior pluviosidade, o que significa que desempenha do ponto de vista dos equilíbrios nacionais uma região essencial no que diz respeito à oferta de água potável. Pôr em risco toda esta região, que é o que a o Plano Nacional de Barragens implica, significa hipotecar no futuro uma reserva estratégica de água que pode vir a ser imprescindível.


É portanto uma decisão irracional e criminosa neste contexto.

É, além disso inútil. O acréscimo de potencial de produção eléctrica obtida a partir das barragens projectadas não vai além de um aumento de 3% de produção de energia, o que pode facilmente ser compensado em poupanças de consumo. Existe ao nível dos consumos domésticos e de serviços, que representam um segmento de elevado desperdício de electricidade, um potencial de aumento de eficiência energética que pode e deve ser elevado para uma fasquia mais exigente se for associado a um plano nacional de reabilitação urbana.

Há uma equação totalmente alternativa à da política do governo de José Sócrates que permite olhar para a procura de soluções ao nível da eficiência energética - na electricidade e nos transportes - e da produção de electricidade através de meios mais sustentáveis do que a produção hídrica, como é o caso do solar, que beneficia a economia do país, potencia o seu desenvolvimento e é geradora de emprego qualificado.

Para que essa equação seja viável é preciso que a política energética se submeta a uma lógica de serviço público ao invés da lógica de mercado que o PS e o seu governo têm defendido. A concentração empresarial da produção de electricidade, a falta de uma vontade política para um programa de eficiência energética eficaz e exigente beneficiam as operações bolsistas mas prejudicam a economia. Sustentabilidade ambiental e desenvolvimento económico são dois eixos políticos que só podem convergir para uma concepção de que os recursos que temos têm que ser colocados ao serviço de todos.


17.11.2009


Alda Macedo


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Declaração do Instituto da Democracia Portuguesa sobre o Programa Nacional de Barragens


Vários programas nacionais energéticos de grande incidência sobre o território têm vindo a embater com uma reacção pública, com origem nas próprias regiões afectadas. Foram, porém, sempre apresentados como factos consumados.

O relatório da Comissão Europeia sobre o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico é arrasador, na linha do que vem referindo o IDP e muitos sectores da sociedade civil.

Sabe o país agora que a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) do Plano Nacional de Barragens omitiu propositadamente o tratamento de factores críticos tais como a qualidade da água, a perda de biodiversidade, o uso potencial de barragens existentes para a produção de energia (mais de 50 barragens têm agora, outros usos); as adaptações das instalações existentes às centrais hidroeléctricas, o armazenamento bombeado; o potencial das novas tecnologias; o impacto das alterações climáticas (especialmente a água e os recursos); a eventual actualização e remodelação das instalações existentes; a suposição de que a selecção dos projectos em construção e em estudo são aqueles que foram melhor adequado para ser adaptadas ou melhoradas;

Estima-se que a actualização de turbinas e geradores nas hidroeléctricas nacionais já existentes deveria permitir um aumento de capacidade entre 173 e 553 MW e estranha-se que a EDP não aposte nesta melhoria de todas as instalações hidroeléctricas, especialmente as que operam há mais de 30 anos, e que pode resultar num substancial aumento da capacidade hidroeléctrica. Esse, sim, seria um contributo para as energias sustentáveis e não apenas para os negócios de ocasião de empresas cotadas em Bolsa.

O relatório garante que com este Programa, Portugal não conseguirá atingir as metas relativas à qualidade da água, a que está comprometido até ao ano 2015 conforme a Directiva Quadro da Água.

De que serve construir mais barragens, em nome da retenção de água, se as condições de construção das nove (9) barragens mais não farão do que criar outros tantos reservatórios de água deteriorada ?

O relatório europeu refere que houve erros de cálculo inadmissíveis e que, para garantir alguma qualidade dos recursos hídricos, a geração eléctrica nestas barragens teria de ser reduzida a um terço. Ora, sendo que o Programa Nacional de Barragens já só representava, nos moldes propostos, 3% da geração hidroeléctrica nacional, calcule-se a que se reduziria no caso de se procurar uma coisa tão básica e necessária ao interesse local, regional e nacional como a preservação da qualidade da água.

A barragem de Foz Tua é um erro ecológico, um erro social, um bom negócio para uma empresa pública convertido num desinvestimento para Trás os Montes e Alto Douro. Prova-se agora ser uma ferida aberta na Coesão Nacional.

Face ao exposto, o IDP pede a suspensão imediata, para revisão séria e profunda, como solicitado pela Comissão Europeia, do vigente Programa Nacional de Barragens.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A corrupção do Défice

Acabo de receber notícia do programa televisivo "Nós Por Cá" (SIC), onde é abordado o embuste que rodeia o Plano Nacional de Barragens, que permitiu ao governo de fantoches "socialistas" arrecadar 1 383 milhões de euros do buraco negro das contas da EDP, mesmo antes de os procedimentos legais prévios estarem concluídos. Do que nele é dito e do que eu sei, ficamos todos a saber o seguinte:

1. o plano não é sustentável;
2. atenta contra a qualidade dos rios e das águas;
3. prejudica gravemente a fauna piscícola que se move entre os rios e o mar;
4. bloqueia o envio de nutrientes essenciais em direcção às fozes dos rios, onde a reprodução das espécies aquáticas ocorre;
5. traz um acréscimo de produção de energia hídrica desprezível no cômputo geral da produção eléctrica nacional (3%!);
6. produz quantidades astronómicas de CO2, nomeadamente no betão e aço necessários à construção das mesmas, que não são nem de perto nem de longe compensadas pela produção eléctrica "limpa" previsível;
7. cria emprego única e exclusivamente durante os períodos de construção, pois como qualquer deputado deveria saber, basta um encarregado local para vigiar em permanência qualquer barragem, sendo o resto da manutenção assegurado por piquetes móveis que se deslocam ao longo da rede em todo o país;
8. expropria terrenos com valor agrícola e cinegético --no caso do Douro, destrói mesmo vastas áreas de vinhedo e entra ilegalmente em território classificado como Património Mundial da Humanidade!;
9. monopoliza, em nome de dois oligopólios privados --a EDP e a Iberdrola espanhola--, as margens das albufeiras e o acesso às respectivas águas com grave prejuízo para o país e sobretudo para as populações locais;
10. arrasa paisagens insubstituíveis cujo valor económico é seguramente superior ao valor económico dos Mega Watts produzidos;
11. Em suma, delapida o património português, sem vantagens duradouras para ninguém, descontados os trocos que vão parar aos bolsos de alguns particulares indemnizados e aos bolsos de alguns políticos nacionais e locais corruptos;
12. Em nome de quê? Pois da ganância da super endividada EDP do senhor Mexia (onde a nomenclatura partidária lusitana tem uma dita Golden Share!) e da falsificação das contas públicas!!!

Digo e repito: ou os deputados da presente Legislatura começam a trabalhar seriamente sobre os problemas reais do país (ataque frontal e fulminante à epidemia de corrupção que alastra escandalosamente no Estado, nas empresas públicas e nos partidos políticos com assento parlamentar; e controlo radical do endividamento galopante do Estado e em geral de todos nós), em vez de nos distrair com jogos pueris de retórica populista, ou veremos o actual regime político caminhar rapidamente para um colapso tumultuoso.Olhem para os períodos que antecederam o assassínio da monarquia, e olhem para o período que antecedeu a queda da corrupta República Jacobina de 1910-1926!

transcrito do blogue:
http://o-antonio-maria.blogspot.com/
Posted by Antonio Cerveira Pinto

domingo, 1 de novembro de 2009

BOAS INTENÇÕES...


O novo presidente da Assembleia Municipal de Amarante, dr Pedro Cunha, depois de ter sido empossado no cargo, fez as seguintes declarações ao Marãoonline:
"...Pedro Cunha prometeu ainda dinamizar as comissões criadas no âmbito da assembleia municipal, nomeadamente a que discutirá e acompanhará o processo de construção da barragem de Fridão, que a EDP pretende construir no Rio Tâmega. "
"Vou trazer os debates que os partidos quiserem. Se o debate da barragem de Fridão chegar à Assembleia Municipal é bem-vindo. Esse debate está por fazer e é necessário que os amarantinos fiquem esclarecidos e, de uma vez por todas, saibam quem está a favor e quem está contra", considerou Pedro Cunha, que se declara "contra a barragem, frontalmente".
Veremos se, no que à Barragem de Fridão diz respeito, alguma coisa mudou como resultado das últimas eleições autárquicas.
Esperemos que sim.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Amarante 20 de Outubro de 2009

A temperatura arrefeceu. A chuva caiu em abundância. O rio Tâmega, continua....verde!



terça-feira, 29 de setembro de 2009

DAQUI A OUTROS DUZENTOS ANOS

Armindo Abreu vai fazer alguma coisa para travar o assalto da EDP a Amarante...!



Silveira ao poder, JÁ!


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Programa eleitoral do Bloco de Esquerda cancela construção da barragem de Fridão

O Bloco de Esquerda inscreveu no seu programa eleitoral a intenção de se opor à construção de três das barragens previstas no Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, aprovado pelo governo de José Sócrates.

Pode ler-se no programa eleitoral do BE:

" CANCELAMENTO DA CONSTRUÇÃO DAS BARRAGENS DO RIO SABOR, TUA E FRIDÃO

A barragem prevista para o rio Sabor, o último rio selvagem em Portugal, é irrelevante para a produção de energia eléctrica, não serve para o abastecimento humano ou para a irrigação de campos agrícolas, não terá um contributo visível no cumprimento das metas nacionais estabelecidas no Protocolo de Quioto nem sequer serve para a regularização dos caudais do Douro. Deve ser por isso cancelada. O mesmo se aplica à barragem do Tua, que destruirá uma via-férrea histórica única, e à barragem de Fridão, que afecta gravemente a população de Amarante."

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

BRUSCAMENTE NO VERÃO PASSADO. PORQUE TE CALLAS, AFINAL EM QUE FICAMOS, AA ?!

Terça-feira, 30 de Setembro de 2008
BARRAGEM DE FRIDÃO - Progresso ou crime?

(in ME -MOVIMENTO ESTUDANTE OVELHAS NEGRAS Contra o marasmo http://movimentoestudante.blogs.sapo.pt/9315.html )


Armindo Abreu: Oposição pouco consistente


O presidente da câmara de Amarante, Armindo Abreu, aquando do anúncio do plano do governo, manifestou a sua intenção de lutar contra a barragem. Armindo Abreu referiu, então, que se opunha "frontalmente ao projecto do Governo" e recordou que os órgãos autárquicos – Câmara e Assembleia Municipal – sempre se opuseram ao empreendimento. "Não queremos a barragem", dizia, peremptório, o autarca socialista, confrontado com o interesse do governo em avançar com diversos empreendimentos hidroeléctricos, nomeadamente os cinco anunciados para a bacia do Tâmega.

Em declarações ao Marão Online, o autarca considerou no início do processo "que uma albufeira, com águas paradas, só viria desequilibrar o ambiente na cidade, além de destruir o património paisagístico de Amarante", lembrando ainda a consequente degradação da água, por ficar estagnada, sem corrente, e até o perigo de a cidade ficar com um enorme depósito de água, a escassos 12 quilómetros a montante - uma imprecisão do presidente, pois a barragem fica a apenas 6 quilómetros.

Recorde-se que o armazenamento total de água em Fridão – cerca de 200 mil milhões de metros cúbicos de água, segundo os estudos preliminares do empreendimento – é mais do dobro do que armazena actualmente a barragem do Torrão.

Posteriormente, em declarações às rádios Renascença e TSF, Armindo Abreu reafirmou que Amarante não quer a barragem e que tudo fará para lutar contra o projecto.

A Assembleia Municipal, com todos os partidos de acordo, à excepção de um deputado do movimento de apoio a Ferreira Torres, também aprovou uma moção contra a construção da barragem.Entretanto, o autarca disse recentemente ao Marão Online que já expôs a situação a vários deputados socialistas e também ao ex-presidente da câmara de Amarante, Francisco Assis, dando-lhes conta que se os governantes socialistas decidirem avançar com o projecto vão ter pela frente a oposição de uma população inteira e porventura da região do Baixo Tâmega. Armindo Abreu não descartou também a hipótese de envolver o Presidente da República nesta luta contra a barragem, se o Governo insistisse na sua construção.

Entretanto, recorde-se que o plano nacional de barragens passou por uma fase de estudo do Impacte Ambiental, sendo que relativamente à bacia do Tâmega, o parecer é negativo, sobretudo pelo facto do rio correr sobre uma fractura sísmica muito sensível. Há ainda outros dados técnicos demasiado assustadores. Atendendo à distância da edificação a barragem com mais de 110 metros de altura (a 6 Km de Amarante), em caso de acidente, uma onda de cheia mais alta do que a Igreja de S. Gonçalo, demoraria apenas 5 minutos a chegar ao Arquinho.

Estudo de Impacte Ambiental na posse do Instituto da Água

De acordo com o concurso da patranha nacional que tomou a designação de Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, a EDP já tem em seu poder o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que encomendou sobre a Barragem de Fridão. E no passado dia 17 de Setembro a EDP-Produção fez a entrega do Estudo de Impacte Ambiental e do Anteprojecto da obra no Instituto da Água, IP (Autoridade Nacional da Água), entidade licenciadora do projecto.

Esta é a fase terminal da tramitação burocrática de um processo ilegal, mercenário e contranatural, de espoliação de recursos não renováveis do Tâmega e de toda a sua região, que tem merecido acesa e fundamentada contestação das populações locais, enquanto as autarquias locais fazem o jogo dos poderosos interesses em campo.

Sem travão judicial, seguidamente o Instituto da Água remeterá o processo para a Agência Portuguesa de Ambiente (APA) que desencadeará o procedimento de Impacte Ambiental, no qual está incluído um período de consulta pública.

Se os prazos a definir pela APA seguirem os tempos que têm sido habituais neste tipo de procedimentos, é expectável que a fase farsante da «Consulta Pública» ao Estudo de Impacte Ambiental da Barragem de Fridão ainda possa ter início este ano de 2009, talvez no decurso do mês de Dezembro.

--Publicada por Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega em Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega a 20/09/2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"RIO TÂMEGA É A VERGONHA DO AMBIENTE EM PORTUGAL"

Quercus toma posição sobre estado da albufeira do Torrão

Rio Tâmega - Poluição

A vergonha do ambiente em Portugal

O rio Tâmega, às portas de Amarante, reflecte no espelho da albufeira do Torrão a perda da qualidade das águas que deviam ter capacidade para usos múltiplos. Nas águas estagnadas pela Barragem do Torrão (Alpendorada e Matos – Marco de Canaveses) – a primeira com que o Ministério do Ambiente iniciou a artificialização do Tâmega – acumula-se todo o tipo de poluição proveniente das águas residuais urbanas e industriais que ainda não foram eliminadas do rio. A situação é de tal modo insustentável que o estado eutrófico que o rio Tâmega apresenta é visível à vista desarmada.

A má utilização do domínio público hídrico do rio Tâmega tem no concelho de Amarante a expressão mais significativa, quer pelo mau estado de funcionamento da nova ETAR da cidade – inaugurada há 10 anos, e já dada por obsoleta e pronta a ser desmantelada – quer pela baixíssima taxa de 17% de cobertura de saneamento básico.

Em «domínio público hídrico» classificado de «zona sensível» (Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho), entre Amarante e Marco de Canavezes, a cor verde, pastosa e pestilenta que as águas do Tâmega apresentam na época de Verão, contrastando com a cor negra que registam nos restantes meses do ano, são o resultado da proliferação de fitoplâncton designado por algas azuis ou cianobactérias. As suas margens estão transformadas em pântanos de lodos negros e fétidos onde se acumulam resíduos de todo o tipo, testemunho da insustentabilidade na relação da cidade com o rio.

Esta situação perdura há vários anos em violação do quadro legal nacional (Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (alínea a) – número 1 – artigo 7.º) e europeu (Directiva n.º 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000) e parece estar fora das preocupações e controlo das autoridades nacionais, nomeadamente do Ministério do Ambiente, da Autoridade Nacional da Água/Instituto da Água, da Administração da Região Hidrográfica do Norte e da Câmara Municipal de Amarante.

De acordo com a Lei, promover a utilização «eficiente» dos recursos hídricos nacionais visando «uma nova abordagem aos temas da água em Portugal, no quadro do conceito de desenvolvimento sustentável» (Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 30 de Junho) exige responsabilidade e acção por parte das instituições públicas, o que em relação ao Tâmega não tem acontecido.

Considerando:

- A Década Internacional para a Acção «WATER FOR LIFE» (2005-2015) da ONU (Resolução A/RES/58/217, de 23 Dezembro 2003);

- A Declaração do Milénio proclamada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas nomeadamente quanto ao princípio enunciado para «pôr fim à exploração insustentável dos recursos hídricos» (Resolução A/RES/55/2, de 8 de Setembro de 2000 (capítulo IV – n.º 23 – ponto 4.º);

- O conceito da «gestão sustentável da água» e o princípio do «desenvolvimento sustentável» consagrados no regime jurídico em vigor que estabelece as condições de utilização das águas de superfície;

- Que se trata de um meio lêntico classificado de «ecossistema a recuperar» (Decreto Regulamentar n.º 19/2001, de 10 de Dezembro (alínea n) - Parte VI), excepcionalmente degradado por força do incumprimento do quadro legal em vigor.

Para que a Lei no Tâmega seja cumprida, a Quercus solicita a pronta intervenção e investigação do Ministério Público, de modo a apurar as responsabilidades institucionais dos diversos intervenientes públicos e privados que levaram o rio Tâmega ao estado de degradação em que se encontra.

A Quercus apela também às populações de Mondim de Basto e Celorico de Basto que se desloquem ao local para que vejam com os seus próprios olhos o possível futuro do rio Tâmega na albufeira da prevista barragem do Fridão. * Para visualização da situação descrita poderá ser consultado o vídeo disponível sobre o tema na Quercus TV - http://www.quercustv.org/spip.php?article186

Formão, 15 de Setembro de 2009

As Direcçôes dos Núcleos Regionais de Vila Real e Viseu e do Porto daQuercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

domingo, 13 de setembro de 2009

O PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Na próxima 3ª feira, pelas 11H00, a QUERCUS vai levar a efeito uma conferência de imprensa, na margem esquerda do rio Tâmega, entre Cepelos e Salvador do Monte, previsivelmente no local onde foi registado o vídeo aqui disponível desde o passado dia 10 do corrente mês de Setembro, documentando o actual estado calamitoso da albufeira do Torrão. Apesar de essas imagens poderem antecipar o que vem a reboque de mais duas grandes barragens que a EDP pretende construir, só desde a cidade até Fridão (a mais próxima é já ali antes da ponte do Borralheiro) , e já para não falar na segurança da população da zona ribeirinha, o certo é que tal vídeo não suscitou qualquer comentário ou reacção por parte de um punhado de curiosos que eventualmente o tenha aberto, o que nos leva a antecipar que menos ainda se darão ao incómodo de aparecer numa conferência em que a QUERCUS pode acabar a pregar para os peixes, na presença dos ditos "suspeitos do costume", já que Formão não é o Parque do Ribeirinho, o espectáculo não tem música, não é do agrado das multidões e como tal não tem patrocinadores na Alameda. Esta letargia leva-me a deixar aqui duas ou três reflexões que em nada vinculam aqueles que vêm tentando romper a cortina de silêncio, congregados no "Movimento Cívico Por Amarante Sem barragens" ou no "Movimento Cidadania para o Desenvolvimento no Tâmega", nem os 2900 subscritores da petição (e não só amarantinos) que visa travar semelhante desbarato e bem mais alguns que por esse País fora nos encorajam a prosseguir:

- Já não sustento grandes ilusões sobre uma reacção consequente dos meus conterrâneos perante este esbulho da nossa qualidade de vida, riqueza ambiental, e paisagística, um património que recebemos e sobre o qual teremos que prestar contas às gerações futuras.

- Isto porque os amarantinos actuais têm uma inesgotável capacidade de encaixe, bem patente (para não ir mais atrás) na calma olímpica com que assistimos ao encerramento (sem pré-aviso) da linha de CF, ao encerramento da maternidade, ou suportámos, anos a fio, o aspecto e o cheiro de uma manta de gasóleo sobre o rio, a partir do largo de S.Gonçalo, mesmo em plenas festas da cidade, sem qualquer queixume audível para além do dos forasteiros que não queriam acreditar no que os seus olhos e nariz viam e cheiravam, tendo o cortejo prosseguido com luzimento costumeiro.

- Tenho ainda menor fé em que os políticos locais, ou o poder autárquico, arregacem as mangas por sua iniciativa.

- Nada devo nem recebo, e não detendo procuração dos meus conterrâneos, também me não revejo no seu silêncio.

Perante esta apagada e vil tristeza reitero o diagnóstico que pessoalmente aqui lavrei e assinei, em 28 de Abril de 2008, e se quiserem poupar-vos ao incómodo de abrir um vídeo que é da inteira responsabilidade da Quercus, ou de descerem a Formão na 3ª feira, têm o espectáculo ao vivo, se olharem pela janela do carro ao passar no viaduto da A -4.


Águas tranquilas

"Nas diversas sessões de esclarecimento sobre as dramáticas consequências para Amarante, da construção da barragem de Fridão que amanhã vai a concurso público, a população tem marcado pela ausência, quando seria suposto estarem em cima da mesa, valores decisivos para a nossa comunidade, a par das suas obrigações para com as gerações futuras, não sendo arrojado, nem despiciendo, ver nisto uma ostensiva, ou aparente, afinação da sociedade civil, pelo diapasão partidário.
Efectivamente, o que se constata, a nível político-partidário, é que as figuras de proa, ou algumas delas, se debitam nos Órgãos de Comunicação Social, a que se não podem eximir, uma oposição teológica à barragem, quando no terreno, não assumem minimamente essa paixão platónica, antes baixam os braços perante o que consideram um facto consumado, a ponto de o Presidente do Executivo, na última reunião da Assembleia Municipal, haver lançado para a geral, que, embora não comungando desse fatalismo, teria que se interpelar sobre a sua legitimidade para esbracejar (se ainda vier a ter tempo para arregaçar as mangas), caso tal não espelhe a vontade dos cidadãos na sua maioria, sob pena de ser interpretado como apenas preocupado com a sua imagem na fotografia de grupo, em que todos posaremos para a posteridade.
De que continuam à espera os eleitos locais para se decidirem por colocar ao serviço desta causa da sua terra natal ou de adopção, a capacidade das respectivas máquinas partidárias, e seus prolongamentos, por aí acima até ao poder Central?! A lista de subscritores de uma petição on-line, em que primam os forasteiros, sugere, sob esta perspectiva, que os mais doridos, nem são os amarantinos, tão silenciosos ou travados.
Pessoalmente ainda me não sinto inclinado a cobrir pela frente, nos receios do presidente da câmara, perante uma comunidade que parece fadada para o masoquismo, a avaliar pela sua passividade perante outros esbulhos recentes, embora meros trocados perante esta machadada final.
Por que esperam então, os líderes partidários para activar as respectivas correias de transmissão que tão bem funcionam em marés eleitorais ?! Será que a escala da barragem de Fridão é secundária, ou será que o receio de ferirem determinadas susceptibilidades fala mais alto?
Depois de platónicas declarações de princípio, falta aos eleitos locais, darem público testemunho de que não estão tolhidos pela conjuntura, ou das malhas de interesses, dando um claro sinal que muitos aguardarão para esconjurarem os fantasmas que parecem intimidar a sociedade amarantina de cima a baixo.
Se mesmo com esse sinal inequívoco, os nossos concidadãos persistirem no seu letargo, (Santo António !) temos o que merecemos. Sem esse recado, assiste-lhes o benefício da dúvida.
Deixo-vos com uma citação de Martin Luther King : "O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." neste caso, os amarantinos em maioria , e cujo silêncio há muito se tornou ensurdecedor, com a conivência dos "aparelhos" partidários e da estrutura formal.
Tenham um bom dia.
Aqui fica esta reflexão, a título pessoal e que a ninguém mais vincula.
Artur Teófilo da Fonseca Freitas "
em Terça-feira,Abril 29, 2008, zero comentários